Juntos, na alegria e tristeza

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No começo, como em tantas situações parecidas na nossa vida, você nem sabia da existência dela! E quando ouviu falar a respeito, algumas pessoas lhe transmitiram sentimentos de uma paixão enorme, mas outras nem tanto. E você foi aumentando sua vontade de conhecê-la de perto. Como que de farra, esperando a oportunidade de uma intimidade maior .

Claro, se ela não fosse o que você imaginava, se não estivesse de acordo com as suas expectativas, você nem daria seqüência a essa aproximação. Mas fica difícil acreditar nisso, pois tanta gente falando bem dela, tantos elogiando o seu jeito de ser, que eis aí uma impossível hipótese de rejeição. E você vai se acostumando com a idéia de provar e gostar... 

Ficar apaixonado por ela? Nem pensar, afinal você já se está bem grandinho e maduro para viver essas emoções, não é mesmo? Mas que a publicidade em torno dos atributos dela faz uma série de idéias e desejos passarem pela cabeça, isso é verdade!

E eis que chega o grande dia, e a vida lhe cria uma situação, uma necessidade, enfim, dá o motivo que você precisava para ficar mais próximo com ela. E esse poderá se tornar um momento inesquecível, pois ela lhe agradou mesmo e, mais que tudo, superou suas expectativas. 

Não, não é o caso de dizer que você se enamorou assim tão fácil! Mas que tem um certo tipo de encantamento, não existe a menor dúvida. E o tempo vai passando e ela vai se tornando parte integrante de sua vida, numa convivência gostosa e presente nos momentos mais incríveis.

Não há a menor dúvida! De agora em diante, você não a troca por outra, pois o tempo lhe fez ter certeza do quanto ela completa seus desejos, sonhos, fantasias e expectativas. E não importa a situação: os melhores atributos dela imediatamente lhe vêem à mente quando a encontra.

Mas porque estamos falando num caso de amor e fidelidade, se esta é uma matéria sobre marcas?

Pois é, o mesmo processo de querer e gostar de uma pessoa, misturando razões e emoções, é muito parecido com o que ocorre no caso de um envolvimento com uma determinada marca. De um grau de desconhecimento, passando pela aceitação, preferência e, depois de um tempo, chegando à idealização e fidelidade, o relacionamento com marcas é mais do que escolha racional.

E o grande desafio dos profissionais de marketing é identificar o padrão de comportamento do público-alvo para poder atingir seu coração, como flecha de cupido. Geralmente, diferenciar um consumidor de um formador de opinião é importante pois, por exemplo, a marca pode se referir a um serviço público e, aí então, vale a figura do contribuinte como o alvo da comunicação.

Numa modesta definição, costumo dizer que construir marcas é um exercício de descobrir, dinamicamente e a cada instante, a melhor formulação de uma equação que é orientada para e pelo relacionamento com o consumidor e o público, em que as variáveis podem ser reduzidas a emoções, crenças, conhecimento e valores.

E, como também acontece com as pessoas, esse feliz relacionamento com a marca pode se transformar em algo duradouro, que resistirá a muitas e muitas tentações. E, no que pudermos desejar, que sejam felizes para sempre!